INOVAÇÕES CONSTANTES E TECNOLOGIA DE PONTA AO ENCONTRO DA SUSTENTABILIDADE
*Engº Marcelo Lobo Peçanha
Na metalurgia, “grão” é um cristal isolado na matéria em estado sólido. O tamanho do grão é um fator importante para avaliar as propriedades mecânicas de um material policristalino, em especial a dureza, a resistência à corrosão e o limite de escoamento. Podemos alterar essas propriedades em processos conhecidos como “refino de Grão”, onde há, por exemplo, endurecimento do material.
O aço elétrico comum, utilizado em motores, geradores, solenóides, eletroímãs, etc, é comercialmente chamado de “aço de grão não orientado” (GNO). Todo e qualquer dispositivo eletromagnético é constituído de um “pacotinho” de chapas de aço elétrico estampada.
O “aço de grão orientado” (GO) é um material com propriedades magnéticas altamente diferenciadas. Possui elevada permeabilidade magnética simbolizada por “mu” (mu=B/H, indicador de permeabilidade magnética), o que permite gerar “fortes campos magnéticos com pouca corrente elétrica”. Com isso é possível produzir máquinas e componentes elétricos mais leves e em tamanhos reduzidos, bem como obter redução no consumo de energia, o que, por fim, resulta em menores custos em geral.
Outra característica importante é que o “aço GO”, quando excitado com corrente alternada, tem baixa perda de energia, por exemplo, térmica, o que resulta em menor elevação de temperatura o que faz com que o aquecimento do equipamento seja pequeno, contribuindo diretamente para aumento da sua performance e maior eficiência.
Alguns projetos na área de conversão de energia e power electronics somente são viáveis com a aplicação do “aço GO”. Na teoria e na prática, não seriam viáveis utilizando o “aço GNO”.
A tecnologia de semicondutores de alta potência vem se desenvolvendo de maneira importante e há algum tempo já vem cobrando materiais magnéticos diferenciados para obtenção de melhor desempenho e que sejam tecnologicamente revolucionários.
Entretanto, atualmente o “aço GO” tem um preço entre duas a três vezes superior ao preço do “aço GNO”. Isto, na pratica, inviabiliza a realização de muitos projetos ainda na etapa de pesquisa e desenvolvimento.
Constantes investimentos em P&D e propostas inovadoras na busca de processos que permitam reduzir o custo do “aço GO”, uma das características do “projeto Aperam” com presença marcante da COMBUSTOL, que projetou e produziu um equipamento de laboratório com elevado índice de automação, proporcionando desta forma todas as condições favoráveis e viáveis para desenvolvimento de aço elétrico de grão orientado (GO), resultarão na viabilidade de se produzir máquinas e equipamentos mais eficientes, econômicos e adequados aos atuais conceitos de sustentabilidade.
* Engº Marcelo Lobo Peçanha – Gerente de Relações Institucionais e Mercados do Grupo Combustol & Metalpó
Confira a publicação (pág. 32): Revista do Aço, Ano II, Edição 10, 2013
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